Em um evento que ocorreu na sexta-feira (22), na Câmara de Sandovalina, foi lançado o intitulado Atlas Escolar – Meio Físico, Ambiente e População do Município de Sandovalina, que foi elaborado em uma colaboração entre Centro de Estudos em Educação, Trabalho, Ambiente e Saúde (CEETAS) da Unesp de Presidente Prudente e professores (as) e gestores da Escola Estadual Profa. Lirya Yurico Sumida de Sandovalina.
A professora Isabel Mariano, uma das responsáveis pela elaboração do material, conta que “um atlas é um conjunto de mapas e outras informações geográficas com gráficos, tabelas, e ilustrações agrupadas em um livro”. A professora conta ainda que o objetivo do atlas escolar, que contém mapas do meio físico (água e recursos hídricos, clima, rochas, relevo e solos) é servir como material de apoio à aprendizagem e realização de pesquisas. Além disso, também apresenta a vegetação original do local e os poucos fragmentos que restam atualmente. “Ainda na área ambiental, o atlas traz o que são Área de Preservação Permanente (Apps)”, lembra.
A partir de mapas sobre o uso e cobertura da terra dos anos de 1965, 1990 e 2021, analisando-se também a expansão do cultivo da cana de açúcar e a diminuição das áreas de cultivo de feijão e café a partir de 2007, o atlas discute o impacto da monocultura cana na produção destes alimentos e os riscos da contaminação das águas por agrotóxicos. Como concluído no material, a proximidade das áreas de cultivo aos assentamentos pode apresentar riscos á saúde humana também por conta da pulverização aérea de agrotóxicos. “Além de atingir diretamente a população humana por conta dos ventos que favorecem o chamado efeito deriva, que faz com que as partículas do veneno sejam carregadas pelo vento, o agrotóxico afeta também as área de produção de alimentos e causam a morte de peixes e abelhas, por exemplo”. A pesquisa traça ainda um paralelo com base em dados do Ministério da Saúde que, em 2017, colocava Sandovalina no segundo lugar do estado onde mais existe a ocorrência de bebês nascidos vivos com anomalias.
“Ao final, o atlas apresenta ainda sugestões de três roteiros de estudos dirigidos e dez atividades para os professores desenvolverem com os alunos, analisando os mapas, gráficos e demais informações”, conclui Isabel.
O diretor sindical Matheus Brito de Lima, servidor municipal lotado no cargo de Professor em Sandovalina, destaca a importância do Atlas “porque é elaborado a partir da realidade local do município, considerando aspectos físicos, históricos e geográficos e dá caminhos para que tais temas sejam trabalhados de maneira melhor adaptada à realidade local”.
A presidenta do Sintrapp, Luciana Telles, que foi convidada a participar o evento de lançamento, avalia de forma muito positiva a iniciativa. “Fiquei encantada com a proposta e a riqueza que o Atlas Escolar pode proporcionar à educação no geral, e mais especificamente para os estudos no município”, Comenta.
